Normalidade é um termo conceitual estabelecido pela sociedade. Um modelo social que configura uma agressão à natureza humana. Cada um de nós é um ser único. ... Logo, somos desobrigados a sermos iguais sob toda e qualquer forma de expressão.
E isto é de caráter antropológico bem como biológico.
A individualidade pessoal flui como o fio de água que jorra da fonte direto da nossa alma.
Quem sabe conviver com as diferenças é porque soube vencer as barreiras do preconceito que escraviza.
O preconceito é pai da intolerância.
Os intolerantes são avessos às diferenças e a estas, indiferentes.
Do seu dicionário riscaram o vocábulo “fraternidade”.
Somente os espíritos fraternos têm a faculdade de apreciar as diferenças.
O que importa não é querer, mas ser diferente.
Porque ser diferente é ser verdadeiro.
Quem conhece a verdade é capaz de priorizar as coisas espirituais.
É do e no espírito que eclodem as coisas e os valores eternos, o essencialmente belo – mesmo e, sobretudo, – que não seja o material, físico e o aparente visto pelos olhos.
Nossas mesquinharias é que nos levam a imaginar que somos diferentes dos diferentes.
Bobagem!
Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais, dizia o fenomenal e inspiradíssimo Bob Marley.
A venda do preconceito obstrui de nós a visão, impossibilitando-nos de perceber que somos, de fato, todos iguais.
Iguais na indiferença.
Iguais em pobreza de espírito.
Quiséramos descobrir a substanciosa essência de sermos normais nas diferenças.
E aceitássemos de bom grado que o bem da coletividade reside nas nossas individualidades e delas dependem, por mais paradoxal que pareça.
Não é que você seja diferente, mas é que ninguém consegue ser igual a você.", nos ensinou Shakespeare.
É no diferente, no pensar, no agir, no ser diferente onde se encontra o direito a termos os mesmos direitos.
Sem diferenças.
Mesmo que na adversidade.
Mas respeitando a diversidade.
Concluo com o lapidar pensamento do grande Fernando Pessoa: “Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade.”
Isso é pensar diferente.
A diferença não faz ninguém nem melhor nem pior.
Contudo, seremos melhores se soubermos aceitar as diferenças.
ORLANDO
Postado por Mary