1 comentários:
- Fe disse... junho 19, 2010
-
Mensagens como essas sempre deixando algo de bom em quem as lê...
Um ótimo fibnal de semana
Mensagens como essas sempre deixando algo de bom em quem as lê...
Um ótimo fibnal de semana
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Ser livre
O curso proposto por Robym estava terminando. Ao retornar da praia, ele convidou Samyra para debater o último tema da série.
- Samyra, alguma vez já refletiste sobre o significado de “ser livre”?
- Creio que sim, porém de forma superficial.
- Bem, então, vamos estudar a questão mais de perto. A liberdade é um estado de consciência, uma sensação íntima de alegria e bem-estar. Esta agradável sensação surge quando o indivíduo acha-se em razoável coerência consigo mesmo. Assim, para usufruir a liberdade é preciso estabelecer sintonia entre valores subjetivos e comportamento objetivo, entre o pensar e o agir.
- Isto é fundamental. Neste contexto, creio que é possível conquistar um maior grau de liberdade mediante o fortalecimento da paciência e da tolerância frente às frustrações em geral.
- Para ser livre, é preciso um maior conhecimento pessoal. Mesmo inspirado em um “ser ideal”, paradigma de virtudes, é fundamental que cada um tome a si próprio como parâmetro de referência.
- Concordo plenamente, Robym. Também entendo que “ser livre” é não se permitir escravizar por qualquer vício.
- Sim. No mesmo sentido, é não se deixar limitar por pressões injustificadas da família, da sociedade, da própria consciência.
- Vejo que outro grande entrave à liberdade é o medo, este fantástico “impostor”. Ele pode induzir as pessoas a manter, por uma vida inteira, relacionamentos insatisfatórios, por absoluta insegurança.
- Em continuidade, enfatizo que a liberdade deve sempre vir acompanhada da responsabilidade. Assim, “ser livre” é também não se vincular a compromissos para os quais não se está preparado.
- Sem dúvida!
- E mais: “ser livre” é desenvolver a criatividade, descobrindo sempre novas possibilidades. É ser inocente, sem ser ingênuo. É aumentar a cada dia a sensação de vitalidade. É sentir-se desobrigado a agradar constantemente os outros. É não precisar justificar-se a todo o momento.
- Muito bem, Robym! E é comportar-se como Fernão Capelo Gaivota, que rompeu com seu bando, rebelando-se contra regras repressoras. Com isso, expôs-se a sérias conseqüências. Mas, descobriu uma nova razão para viver. Passou a voar além dos limitados horizontes impostos pelas convenções sociais do seu grupo.
- Para concluir, cito Charles Chaplin:
“Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para seu infortúnio. Por que haveremos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaços para todos.
A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza...
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos da humanidade, mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Não sois máquinas! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em suas almas.
Vós tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa.”
Do livro: "Encontros ao Entardecer"
Ramiro Sápiras
Publicado no Recanto das Letras em 29/12/2005