Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres
Diferença entre os sexos
Três fatores concorrem para que o infarto tenha con sequências piores para elas”, diz a cardiologista Elizabeth Alexandre, da seção de Coronariopatia do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. O primeiro é o atraso no diagnóstico. A mulher demora a reconhecer o ataque cardíaco. Uma em cada cinco vítimas apresenta a clássica dor no peito que irradia para o braço esquerdo – relatada pelos homens. Pode haver sensação de exaustão, náusea, pontadas no estômago, pressão no peito e falta de ar. A mulher confunde esse quadro com angústia, dor nas costas ou atribui o mal-estar a um esforço físico que tenha feito. “E quando a dor, a angina, está presente, nem sempre é valorizada”, afirma Ari Timerman, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Por não suspeitar de infarto, ela custa a procurar ajuda. Ao chegar ao pronto-socorro, às vezes o próprio médico não reconhece os sintomas. A demora para pedir exames e diagnosticar retarda o tra tamento. “Quanto mais rápida a intervenção, menor o risco de lesão”, adverte Timerman. O bloqueio no fluxo de sangue priva o músculo cardíaco de oxigênio, o que pode levar à morte desse tecido. O segundo fator são as características anatômicas. As artérias da mulher chegam a ter um calibre até 15% menor, o que aumenta as dificuldades técnicas na hora dos procedimentos, como a angioplastia, em que um balão é levado até a obstrução e inflado para abrir o caminho. A doença coronariana também é diferente. “Na mulher, as placas de gordura se depositam nos vasos de maneira mais difusa, o que nos exames pode dar a impressão de obstrução não importante”, afirma Elizabeth. Devido a essas diferenças, a incidência de resultados errados no teste de esforço chega a ser quatro vezes maior entre as mulheres. O terceiro fator é a faixa etária. Em geral, a mulher tem dez anos a mais do que o homem quando sofre um infarto.
( Extraido da revista Claudia )
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