A medicina é uma ciência ampla, viva e em constante mutação. É assim que vê sua profissão o Dr. Alberto Peribanez Gonzalez. Ele recorda se sentir um doutor desde pequeno, com uns oito anos de idade, e acredita que abraçará esse ofício até os 90. A particularidade desse cirurgião, que fez doutorado na Alemanha e nos últimos anos atua com medicina da família pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Campos de Jordão, interior paulista, é que ele orienta seus pacientes no sentido de cuidarem de sua saúde por intermédio da alimentação, preparando a sua própria comida. Ele mesmo coloca a mão na ´massa´. Seu interesse pela cozinha é antigo. Quando era residente de cirurgia, no Hospital Universitário de Brasília e, mais tarde, na Ludwig Maximilian Universitat de Munique, já praticava o vegetarianismo e lia Lezaeta Acharán, Henry Thoreau, estudava medicina chinesa, tudo para tentar não se limitar à visão reducionista da medicina convencional. Inquirido se médico e cozinha combinam, ele responde de forma científica: ´Ainda hoje pratico medicina de ponta, por via endoscópica, usando microscopia de campo escuro, preparando hidrocólon terapias ou enxágues hepáticos. Apenas adotei alguns princípios de Hipócrates, que há 2.400 anos dizia que nosso alimento seria o maior medicamento´. E pondera, lembrando do princípio do médico grego que dizia que o alimento curava, o que não curasse, plantas medicinais poderiam curar. E, o que elas não pudessem curar, o ferro poderia. ´O ferro - penso eu - é o bisturi, o catéter, a intervenção. Acredito que apenas coloquei as coisas no seu devido lugar´, pontua.
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