"...Um pouco fica oscilando na embocadura dos rios e os peixes não o evitam,

um pouco: não está nos livros.

De tudo fica um pouco.

Não muito: de uma torneira pinga esta gota absurda,meio sal e meio álcool,

salta esta perna de rã, este vidro de relógio partido em mil esperanças, este pescoço de cisne, este segredo infantil...

De tudo ficou um pouco:

de mim; de ti...

De tudo ficou um pouco."

Carlos Drummond de Adrade