Coisa de Mulher

"A amizade será sempre a primeira palavra do poema que Deus continuará a escrever cada manhã à humanidade, até que ecludam os novos céus e a nova terra".


Ousada, a exposição Arte na França 1860-1960: O Realismo, no Masp, propõe-se a três grandes objetivos: apresentar um panorama amplo da pintura francesa, que percorre um século de produção e debate sem igual; colocar em pauta o tema, quase sempre polêmico, do realismo; e ampliar as possibilidades de leitura a partir da aproximação de coleções do Brasil, da França e de Portugal. Além disso, ainda procura inserir a produção nacional do período no contexto da escola francesa e mostra um sucinto panorama da atual produção pictórica francesa, dos anos 90 e 2000, como maneira de reafirmar seu retorno, após grande hiato em que apenas os novos meios pareciam ter vez no país.”Como representar o mundo? Essa é a questão que nos interessa verificar aqui”, explica Eric Corne, curador independente que vem trabalhando há dois anos nesse projeto, um dos destaques do Ano da França no Brasil. Não se trata, segundo ele, de enfocar o realismo enquanto movimento, mas sim de lidar com as várias aberturas do termo. “O realismo procura uma semelhança com o real, uma coincidência entre um pensamento social e uma imersão física no mundo”, sintetiza.Certamente a figura de Gustave Courbet, que em 1855 escreveu o manifesto no qual defende os princípios de uma arte viva, atuante, é vital. Tanto que o primeiro impulso de Corne foi iniciar a mostra com sua tela Origem do Mundo. O empréstimo de uma obra desse calibre, na qual o pintor representa da maneira mais crua possível o sexo feminino, mostrou-se inviável. Em contrapartida, o Museu d?Orsay cedeu um conjunto significativo de obras, bem como outras instituições francesas, tais como o Beaubourg e o Museu Nacional de l?Orangerie. Somando-se esses empréstimos às obras dos dois pilares centrais da mostra, o acervo do Masp e o da Coleção Berardo, de Lisboa, chega-se a mais de 120 trabalhos.

Quando tudo vira cinzas, nada é por acaso.
Eu rompo meus limites. 
Eu desfaço os meus laços.
Me conformo e me transformo no meu próprio pesadelo.
Eu já não acordo, não me olho no espelho.
Debruçado sobre a mesa, acompanhado do vazio.
Só mais uma dose me esquenta nesse frio.
Bebo goles de desgraça com a sensação,
que minha casa é a calçada que se chama: Solidão.
E se nada é bem assim como parece ser, eu me tranco em mim mesmo esperando por você.
Cansado, amargurado de tanto me remoer, espero o sofrimento acabar... Com o amanhecer.
A boca muito seca, junto à dor de cabeça.
O dia nem começa e eu já quero que anoiteça.
Ciclo vicioso, sentimento compulsivo,
perdi o meu controle, mas ainda sobrevivo. 

Marco Antonio Leite


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