Quando tudo vira cinzas, nada é por acaso.
Eu rompo meus limites. 
Eu desfaço os meus laços.
Me conformo e me transformo no meu próprio pesadelo.
Eu já não acordo, não me olho no espelho.
Debruçado sobre a mesa, acompanhado do vazio.
Só mais uma dose me esquenta nesse frio.
Bebo goles de desgraça com a sensação,
que minha casa é a calçada que se chama: Solidão.
E se nada é bem assim como parece ser, eu me tranco em mim mesmo esperando por você.
Cansado, amargurado de tanto me remoer, espero o sofrimento acabar... Com o amanhecer.
A boca muito seca, junto à dor de cabeça.
O dia nem começa e eu já quero que anoiteça.
Ciclo vicioso, sentimento compulsivo,
perdi o meu controle, mas ainda sobrevivo. 

Marco Antonio Leite